segunda-feira, 4 de abril de 2011

○ Você já esqueceu outros caras antes....


Sabe o que quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela, não poderia mais sentir a mim mesmo. (Clarice Lispector)

Quando dizemos que somos sensíveis a algo, quer dizer que temos grande precisão ou delicadeza quanto aquilo. Uma facilidade maior de ofender-se ou melindra-se quando algo que nos impressiona acontece.
A sensibilidade é algo bom. Quando é na proporção certa.
Quando somos sensíveis demais, nos tornamos presas fáceis das desiluções e do sofrimento.
Principalmente quando nos decepcionamos com alguém.

Enquanto choramos, e lamentamos por algo que não deu certo com alguém, deveriamos pensar que ele "foi só um cara e não a nossa vida. E não todos os dias da sua vida. E não todas as suas lágrimas. Ele não foi o seu destino. Foi só um cara.
Um cara como todos os outros caras. Esse que te perguntou as horas no meio da rua podia ter sido ele e você nem ligou. O mendigo, o ginecologista e até o padre.
Ele estava ali o tempo todo. E ele não estava. Ele é só um deles. Vários. Uma legião. E ninguém.
Ele foi só um cara que mal sabe escolher os próprios perfumes. Não sabe que nome daria a um filho. Ele foi só um cara perdido como muitos outros caras que você encontrou. E perdeu.
Ele foi só um cara e você já esqueceu outros caras antes."

É infantilidade nossa dar valor exagerado ou ser sensível ao extremo ao que, na verdade, é só mais um detalhe...


○ Bhya Cortes

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