terça-feira, 29 de setembro de 2015

Expectativas...

Expectativas doem. Doem mais do que a perda, mais do que a luta, mais até do que algumas mágoas. Esperar qualquer coisa do outro é saber que estamos esperando algo que não podemos controlar. Que não temos garantia alguma de que irá acontecer. Muitas vezes esperamos que o tempo mude, que as estações passem, que a paz venha, que a dor acabe... Esperamos, esperamos, esperamos. A falta de um resultado é excepcionalmente frustrante. A espera de um amanhã incerto é enlouquecedor. Fico me perguntando se existe algo bom na expectativa. Até quando esperamos de nós mesmos nos decepcionamos. Bom seria se fôssemos treinados para não esperar. De nada, de ninguém. Tantos sofrimentos seriam evitados, tantas lágrimas, tanto desespero. Esperar gera ansiedade. E, cá entre nós, se tem algo prejudicial à saúde é a tal da ansiedade! Nossa! Quanta coisa ruim internalizamos através dela. Não queria ter medo do amanhã, queria poder arriscar e não esperar resultados. Entretanto, pensando bem, se viver fosse fácil seríamos crianças para sempre e o máximo de preocupação que teríamos é em poder ou não brincar no outro dia. A dor da expectativa frustrada se instala como uma raiz dentro de nós. E para arrancá-la dá trabalho. E como dá!