terça-feira, 14 de abril de 2015

Inteira

E é fato que ser inteira não é lá tão fácil assim. A gente ouve vários discursos sobre ser completo, sobre se bastar, como se pudéssemos simplesmente ouvir, analisar a informação e PLIM, agora somos pessoas inteiras. Ah, queria eu que fosse desse jeito! Queria eu acordar inteira, sem essa necessidade absurda do outro... É no encontro com o outro que nos tornamos quem realmente somos. Que colocamos à prova nossos sonhos, nossos valores, nosso eu. Até que ponto essa busca incessante de achar outro coração pode ser saudável? A resposta para essa pergunta é completamente subjetiva. Na minha opinião, não preciso do outro para ser completa, mas preciso dele para ser inteira. Não falta pedaço algum em mim, sou completa, mas para encontrar tudo de melhor que posso ser, preciso do outro para viver o amor. Vivendo o amor, estou inteira. Amando o outro, eu me encontro. Me basto. Vivo. Não existe alguém para completar meu coração. Existe um coração, que junto ao meu, me torna inteira. Imensuravelmente mais feliz.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Uma coragem que só você tem

Ser forte o tempo todo cansa. Segurar o choro, cansa. Ser pulso firme o tempo todo, cansa muito. Muito mesmo. Acho incrível a capacidade do ser humano de se decepcionar tantas vezes e mesmo assim ainda continuar acreditando nas pessoas. De algumas só esperamos o que é essencial: respeito. De outras, esperamos mais do que a pessoa pode oferecer. De fato, é normal que isso aconteça, até porque nada disso fica explícito quando entramos em contato com o mundo do outro. Tudo é uma grande descoberta! Uma grande surpresa! Cá entre nós, aonde você coloca suas expectativas acaba se tornando um problema unicamente seu, não é verdade? E quando a decepção chega (porque ela sempre chega, afinal, o outro não é obrigado a saber de tudo) cabe a nós respirar fundo, ser forte, segurar firme e recomeçar. Ah, como essa palavra traz sentimentos paradoxais: RECOMEÇAR. O triste adeus para o passado, a esperança do que é novo... É, viver é para os fortes. E ser forte o tempo todo exige uma coragem que só você tem.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Pôr do sol

Tudo bem que a liberdade é boa, mas por que não alguém para um cafuné no final do dia? Um abraço apertado quando as coisas não estão indo bem, ou quando estão bem demais. Ah, a vida sozinha é triste. Talvez seja mais fácil, mas não acredito que seja melhor. Olhar para o lado e encontrar outros olhos é tão acalentador. Quero um final de tarde com pôr do sol na praia, quero me encontrar em outro olhar, quero que seja real...

Beatriz Cortes

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Que tudo mude...

As coisas mudam o tempo todo. Coitado daquele que espera que sua vida seja para sempre igual. Eu quero que tudo mude mesmo. Quero que tudo durma arrumado e acorde uma bagunça. Quero realizar meus desejos e se eu vier a me arrepender, que seja por ter feito e não por nunca ter tentado. Quero me ver livre dos medos e ter força para aguentar as consequências das minhas escolhas. Porque, na verdade, tudo se resume a elas, não é? O tempo todo estamos escolhendo, e eu amo ter opções, amo ficar em dúvida, amo escolher. Chato seria se já soubéssemos de tudo. O prazer da vida está nas surpresas que aparecem no meio do caminho e na mudança que elas podem proporcionar.

- Beatriz Cortes

sábado, 6 de dezembro de 2014

Estou programada para seguir em frente...

Acho incrível a capacidade do ser humano de gravar – não importa onde ou de que maneira – acontecimentos muito antigos. E mais incrível ainda é como essas lembranças interferem em quem somos e no que poderemos nos tornar amanhã. Muitas coisas que foram ditas a mim, quando eu nem se quer sabia o que era existir, ficaram gravadas de uma maneira tão pura e intensa aqui dentro que é impossível não ficar encantada com a magnitude do potencial da mente humana. Fico pensando que, talvez, em algum momento da minha infância, alguém pode ter dito à mim que é inaceitável desistir. Ou que tudo é possível para quem tem fé. E pode ser que seja por esse motivo que, por mais difícil que esteja sendo conquistar algo que desejo, existe uma fagulha aqui dentro do meu peito que não me deixa parar. Não importa quantos tapas eu leve na face, engulo as lágrimas e prossigo. Tenho uma espécie de resiliência enraizada em mim. E claro, por muitas vezes quero me livrar dela, deixar que a dor me consuma e que tudo acabe. Mas não. Estou programada para seguir em frente. Fico pensando, em alguns momentos, o que vou falar quando estiver ao pé da cama dos meus filhos um dia. Imagino-me sentada ao lado da cama de uma doce menininha, com olhos tão escuros quanto os meus, sorrindo para ela ao ler um conto-de-fadas de alguma princesa. E assim que o “felizes para sempre” for dito e a história se encerrar, consigo imaginá-la me perguntando se aquilo realmente existe. Eu, com minha fé inabalável no amor e nas pessoas, vou dizer com um sorriso acalentador no rosto que existe sim. Que o maior tesouro que ela poderá guardar dentro dela é a fé. E que príncipes – não exatamente iguais aos livros – existem. Felizes para sempre também existe. Basta ter fé. E que um dia ela encontraria alguém que, em algum momento da vida, também teve plantado em seu coração o amor. Que por mais que as pessoas digam o contrário, ela não deve desistir do que acredita. Por mais difícil que pareça, não é impossível. E assim, eu estarei colocando nela a mesma chama que alguém colocou em mim quando nasci. A vida pode até ser mais difícil para os que não desistem, mas certamente ela consegue ficar ainda mais bela para os que têm fé.

Beatriz Cortes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Tempo demais.

Ás vezes, a solidão chega ser amarga, cruel. É como se o tempo todo te fizesse esperar por algo que, pode até acontecer, mas jamais suprirá todas as suas expectativas. Em alguns momentos é até mais fácil se iludir e deixar para encarar o frustração em outro dia. Porém, só Deus sabe como o tempo pode ser ambíguo. Como pode amenizar, também pode transformar tudo com uma proporção inesperada. É amigo, a vida não é tão simples assim. Manter o equilíbrio nunca foi tão difícil. Manter os pés no chão então, nem se fala! Por mais que no fundo você saiba que o que tiver que ser seu, virá, a solidão sufoca tanto ao ponto de te fazer querer meter os pés pelas mãos e chutar o balde para bem longe. Como é difícil respirar fundo e manter a cabeça no lugar! R-E-S-P-I-R-E. R-E-S-P-I-R-E. Tenha fé... O amanhã logo chega... Que ele venha, mas que deixe a solidão do lado de fora. Já fiquei ao lado dela por tempo demais e tudo que é demais, enjoa.

- Beatriz Cortes

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Me levo a dizer...

Levando em consideração as dores e os desamores e parando para pensar direitinho, talvez a alternativa mais sensata seria deixar de lado essa coisa de amar. Mas olha, não é que nós seres humanos somos tão masoquistas assim. Só que a vida é tão vazia quando não se tem alguém. Quem ama sofre: é o que mais ouvimos por aí. Não deixa de ser verdade. Mas prefiro arriscar do que morrer de tédio. Até me levo a dizer – e não sei até que ponto isso é certo – que a vida sem as dores seria bem chata. Assim como uma vida sem alegria é deprimente. Tudo na vida tem dois lados, e em alguns casos até mais de dois. Estamos submersos em um mar de escolhas e amo a liberdade que isso nos permite vivenciar. Erre, arrisque, acerte, espere, lute, ganhe, perca, mas faça o que fizer: não deixe de amar. Ame a vida, ame as pessoas, apaixone-se loucamente e mude seus planos. Mas viva. E viva intensamente.

(Beatriz Cortes)